quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Guardião das Matas


O curupira é um conto indígena, pois até mesmo o nome CURUPIRA vem do Tupi-guarani, curu é a abreviação da palavra curumi que quer dizer: menino; e pira quer dizer corpo. Então Curupira significa " aquele que tem corpo de menino.

Dizem que sua aparência é de um menino ou adolescente, de cabelos ruivos e de roupagem verde que vive nas matas e bosques brasileiros. Sua principal função é de proteger as arvores, animais e plantas que são alvos fácies para caçadores e lenhadores.

Como diria Câmara Cascudo, uma boa definição para esse menininho seria essa:
“vigiando árvores, dirigindo as manadas de porcos do mato, veados e pacas, assobiando estridentemente, passa a figura esguia e torta do CURUPIRA, o mais vivo dos duendes da floresta tropical."

Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os "inimigos das florestas". Dificilmente é localizado pelos caçadores, pois seus pés virados para trá

s servem para despistar os perseguidores, deixando rastros falsos pelas matas, além de sua velocidade é surpreendente.

Como educador e instrutor de futuros “curupiras”, o Curupira costuma levar crianças pequenas para morar com ele nas matas. Após encantá-las e ensiná-las sobre os segredos da floresta durante sete anos, os jovens são devolvidos para as famílias. As crianças levadas pelo Curupira nunca voltam a ser as mesmas depois de terem vivido na floresta e encantadas pela visagem.

Como protetor das florestas, castiga impiedosamente aquele que caça por prazer, que mata as fêmeas prenhes e os filhotes indefesos.

Os contadores de lendas dizem que o Curupira, muito traquino, também pode encantar adultos, pregando peças naqueles que entram na f
loresta. Por meio de encantamentos e ilusões, ele deixa o visitante atordoado e perdido. O encantado tenta sair da mata, mas não consegue. Surpreende-se passando sempre pelos mesmos locais e percebe que está na verdade andando em círculos. Em algum lugar bem próximo, o Curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.

Artifícios utilizados contra as ações do Curupira

No caso dos encantamentos de adultos, só resta uma alternativa para os perdidos na florestas: parar de andar, pegar um pedaço de cipó e fazer dele uma bolinha. Deve-se tecer o cipó muito bem escondendo a ponta, de forma que seja muito difícil desenrolar o novelo. Depois disso, a pessoa deve jogar a pequena bola bem longe e gritar: "quero ver tu achares a ponta".
Diz a lenda que, de tão curioso, o Curupira não resiste ao novelo. Senta e fica lá entretido tentando desenrolar a bola de cipó para achar a ponta. Vira a bola de um lado, de outro e acaba se esquecendo da pessoa a quem malinou. Dessa forma, desfaz-se o encanto e a pessoa consegue encontrar o caminho de volta para casa.

Outro artifício que os caboclos utilizam quando percebem que são vítimas do Curupira, é fazer pequenas cruzes de madeira, fortemente amarradas com cipó, e esconder a ponta do nó. Dizem que o Curupira fica tentando desfazer o nó e se esquece do caçador, que pode então escapulir, safar-se.

Outro método consiste em cortar a casca da árvore com um golpe de facão ou terçado. Isso obriga o Curupira a parar e atender a árvore ferida, e permite ao caçador escafeder-se.

Porém, se você deseja evitá-lo e afastar sua influência, há uma fórmula que os antigos garantem ser infalível. Consiste em benzer o fumo e soprá-lo sobre o corpo antes de penetrar no mato.

O curupira apesar de ser uma boa lenda, ele nos faz pensar um pouco sobre aquilo que nós fazemos com o meu ambiente e com as nossas matas. Queria que voltasse o tempo em que nós, reles mortais, tínhamos medo entrar em uma mata, só assim poderíamos conserva-la intocada. Mas como não existe Curupira, porque não nós mesmos não nós tornamos um.

Vamos proteger o que existe perto de nós, as matas, os sítios, as serras, os riachos, as matas ciliares e só assim poderíamos viver realmente aquilo que um Curupira sempre faria para salvar e conservar o que é seu .





Um comentário:

  1. Olá! Cara, gostei do seu blog. Eu tenho um projeto meio parecido, focado em narrativas, lendas, magia e folclore do mundo inteiro. A gente podia fazer uma parceria, sei lá. Eu não sei como isso funciona. Sou novo com blogs hahaha! Dá uma passada lá, qualquer hora.

    Um abraço,

    Tedd.

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